Herdade das Servas

Com uma tradição familiar de 350 anos, a Herdade das Servas é uma referência na produção de vinhos no Alentejo.

Herdade das Servas, enoturismo em Estremoz, quinta de vinhos em Estremoz
Para encerrar um excelente fim de semana em Estremoz quis conhecer uma quinta de produção de vinho. Já me tinha informado acerca da história da Herdade das Servas e antes de partir para Évora, fiz uma paragem para a visitar. Mesmo os mais distraídos irão reparar na bonita casa rodeada de vinhedos quando passarem na Estrada Nacional.
Quando cruzo o portão e percorro o caminho ladeado de cedros sinto um genuíno ambiente rural. Chego rapidamente ao edifício principal que lembra tanto uma casa tipicamente alentejana (mas de maiores dimensões) como uma hacienda da América Central.

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As várias talhas expostas atestam a longa tradição familiar da propriedade, que remonta a 1667, a data que se pode ver na talha hoje exposta na loja. Era aqui que se dava todo o processo vínico, desde a fermentação ao estágio, protegido por uma camada de azeite que não se misturava com o vinho. Há 18 anos os irmãos Luis e Carlos Mira decidiram avançar com um projeto próprio e iniciou-se a construção da adega da Herdade das Servas. Hoje contam também com a participação dos enólogos Ricardo Constantino e Tiago Garcia.

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A vinha que rodeia o edifício tem cerca de 70 hectares e é a mais jovem. As mais antigas encontram-se na zona de Borba e Ourada, com idades entre os 30 e 70 anos. Têm passado de geração em geração e é daqui que saem os melhores vinhos, como os vinhas velhas e reservas. Estão plantadas por talhões e em monocastas. É também de acordo com este critério que a vindima é feita, manual ou mecanicamente, começando no final de Agosto e prolongando-se até ao início de Outubro. As castas usadas são cerca de 25. Nos tintos  prevalece a Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah e Aragonês, enquanto que nos brancos o Alvarinho, Antão Vaz, Roupeiro e Arinto.

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Após assinar o livro do registo, pedido a todos os visitantes, dirijo-me até à zona de vinificação. É aqui que ocorre todo o processo, desde a receção das uvas, desengaçamento e pisa. A fermentação é feita nas cubas de inox ou nos lagares em mármore, ou não estivéssemos numa zona tão rica em ouro branco. Descendo a escadaria, chego à sala mais conhecida, onde estagiam os vinhos topo de gama da Herdade das Servas em barricas de carvalho francês e americano, separados por monocastas. Só após o tempo de estágio estipulado para cada um se faz o blend. A cada quatro anos, as barricas são trocadas. No entanto, os reservas envelhecem sempre em barrica nova.

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Segue-se a “casa do tesouro”, a garrafeira particular da família Mira onde se encontram todos os vinhos produzidos pela Herdade das Servas. Eu enquanto documentalista, que gosto de tudo arrumado e catalogado, adorei ver as garrafas separadas por cores, de acordo com o ano e tipo de vinho.  São abertas para ocasiões especiais, como as provas verticais.

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A visita termina na sala de provas, contígua à loja, onde se segue a prova de vinhos. Existem as standard, com vinhos específicos mas opto pelos que quero mesmo conhecer.
Começo com um Herdade das Servas Alvarinho 2015 (12€), colhido manualmente, com estágio sur lies durante três meses e repouso em garrafa de mais três meses. É um vinho que nada tem a ver com os alvarinhos do Minho, com uma cor bem presente, estrutura e mineralidade.

Herdade das Servas, enoturismo em Estremoz, quinta de vinhos em Estremoz
Estou a meio da prova quando chega um casal inglês. Vinham de Faro, em direção à Guarda, com destino final Santander, em Espanha. Viram a placa e decidiram entrar. Não sabiam nada acerca dos vinhos aqui produzidos mas queriam levar algumas garrafas. Nada como se juntarem à prova para melhor decidirem.
E em conjunto seguimos para um Herdade das Servas Petit Verdot 2014 (15,13€), um monovarietal que estagiou durante 12 meses em barrica e se revelou muito fresco.

Herdade das Servas, enoturismo em Estremoz, quinta de vinhos em Estremoz
Termino com um Herdade das Servas Reserva 2013 (18,16€), um vinho mais complexo a partir das castas Aragonês, Alfrocheiro, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, produzido apenas em anos de qualidade excecional.

Herdade das Servas, enoturismo em Estremoz, quinta de vinhos em Estremoz
Acabo por trocar algumas impressões com este casal. O senhor nasceu no Zimbabué e passava as férias em Moçambique. Os olhos brilharam com as memórias da lagosta e do vinho português que dizia já ser bom na altura.
Quem está pela região pode facilmente deslocar-se à Herdade das Servas para adquirir os vinhos. Aliás, durante a prova foram várias as pessoas que o fizeram. Para quem está mais longe, o melhor é procurar em lojas de vinhos e garrafeiras. As exportações ocupam 30% do negócio, tendo como destino a China, Japão, Macau, Estado Unidos da América, Canadá,  Brasil, Luxemburgo e Suíça.
Já estava decidida a trazer o Petit Verdot mas durante o almoço provei o Colheita Selecionada que também apreciei bastante. Após a reabertura da loja regressei.
– Levo duas, por favor.

Herdade das Servas
Apartado 286
7101- 909 Estremoz

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