A rota dos Lugares Colombinos fica a cerca de 80 kms da fronteira de Vila Real de Santo António e foi declarada Conjunto Histórico-Artístico em 1967. Localiza-se na província de Huelva e é constituída pelas localidades de Palos de la Frontera e Moguer, lugares com especial relevância para a realização da primeira viagem de Cristovão Colombo à América.
Chegámos a Moguer já perto do fim da manhã, após uma passagem por Niebla. Quando saímos do carro, o calor é tanto que o ar é quase irrespirável. Atravessamos a Praça de las Monjas e dirigimo-nos à entrada do Mosteiro de Santa Clara para comprar os bilhetes.
Apesar das ventoínhas ligadas, o calor apenas diminiu um pouco. Informam-nos que as visitas são guiadas e temos de aguardar pela próxima, que será dentro de meia hora. Voltamos à praça e aproveitamos para conhecer um pouco das ruas circundantes.
As casas, típicas da Andaluzia, são mais ou menos similares, pintadas com cores claras e com gradeamentos nas janelas. Os nomes das ruas em azulejos estão estampados nas paredes. Os passeios são um pouco estreitos. Há grupos de turistas nas lojas.
Voltamos ao mosteiro. O guia recebemos-nos com um caloroso sorriso, apresenta-se e convida-nos a fazer o mesmo. Somos os únicos portugueses.
Fundado no século XIV por Don Alonso Jofre Tenorio, tem cerca de 10000 metros quadrados de extensão e é um dos melhores exemplos da arquitetura conventural da Andaluzia. A abadessa do convento, a Irmã Inés Enríquez, tia do rei Fernando, teve um importante papel para que os reis católicos apoiassem a viagem à América.
Foi na igreja deste convento que Cristovão Colombo e a restante tripulação da caravela Niña passaram a primeira noite, após o regresso da sua viagem, a 16 de Março de 1493, comprindo a promessa feita em alto mar, durante uma tempestade.
A visita dura cerca de 1h e quando saímos, é quase hora de almoço. Tentamos apressar-nos para chegar à Igreja de Nuestra Señora de la Granada. Está mesmo a fechar mas pedimos para entrar, só para ficarmos a conhecer.
Construção do século XVIII, tem uma torre que se vê a alguma distância e que é semelhante à Giralda de Sevilla. O seu interior é bastante amplo, mas temos mesmo de sair, ficando uma visita mais demorada para uma próxima vez.
Voltamos à praça onde fica o restaurante "La Parrala". Entramos. O ar é bem mais fresco e a sala está um pouco escura, apenas com a luz que vem do pátio. Reparamos que as mesas que estão ocupadas são com portugueses mas já de saída. Todos escolhemos o típico solomilho.
No fim de almoço, partimos para Palos de la Frontera. A primeira paragem foi na Igreja de San Jorge Mártir, de estilo gótico mudéjar, de onde saíram os marinheiros na madruga de 3 de Agosto de 1492, após terem orado e comungado, para o porto de Palos de la Frontera, rumo à descoberta da América. Encontrava-se fechada.
Seguimos para o Mosteiro de Santa María de la Rábida. Estacionamos junto aos espaços verdes existentes nas imediações.
Faltam cerca de 15 minutos para a abertura e aguardamos à entrada num muro de pedra. O número de pessoas começa a aumentar.
Este mosteiro do século XIV-XV está classificado como monumento nacional desde 1856 e mantém uma estreita ligação com os povos ibero-americanos.
Foi aqui que Cristovão Colombo ficou entre 1491-92 antes da sua viagem ao novo mundo. É devido à ajuda de Frei Juan Pérez e Frei Antonio de Marchena que Colombo terá o apoio financeiro dos reis católicos, Fernando e Isabel, assim como os marinheiros necessários. É nesta igreja conventual que se encontra sepultado o capitão Martín Alonso Pinzón, natural de Palos de la Frontera, que comandou a caravela Pinta.
Não muito londe de La Rábida, existe um núcleo museológico - Molhe das Caravelas - criado em 1992 pela comemoração do V Centenário do Descobrimento da América, e que está dividido em vários espaços. Entramos no Centro de Interpretação, com exposição de documentos, armas, instrumentos de navegação e ferramentas ligadas à viagem de Colombo. Passamos ao exterior, onde estão as réplicas das três caravelas (Pinta, Niña e Santa María) que foram na 1ª expedição de Colombo. É possível percorrer todo o espaço através do passadiço de madeira, andar no convés e até descer onde se guardavam as provisões.
Ao redor ficam as recreações de um povoado típico indígena nas suas tarefas quotidianas e ainda um bairro portuário. Um claro contraste entre o velho e o novo mundo. Foi aqui que bebemos uma água muito fresquinha, enquanto assistíamos aos ensaios duma peça que ia decorrer nessa noite.
O local está muito bem pensado e engloba o lado educativo e de entretenimento, não só para as crianças, mas também para os adultos.
Estamos a chegar ao fim do dia, mas não podemos sair de Huelva sem visitar o Monumento a Colombo. Com 35m de altura, representa a figura de um monge franciscano, com o hábito e apoiado numa cruz. O monumento homenageia os monges do Mosteiro de Santa María de la Rábida, que ajudaram Cristóvão Colombo a fazer história.
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