Gastronomia, arquitetura e cinema são alguns dos motivos para visitar Lyon. Descubra tudo o que pode ver num fim de semana.
Até parece que uma viagem não corre bem se não existirem contratempos. Em Lyon aconteceram logo à chegada. Tinha comprado previamente pela internet os bilhetes de ida e volta para o aeroporto. Ficam mais económicos e poupa-se tempo em filas. Ainda vinha nos corredores de acesso à gare e já havia informação de avaria na linha. No posto de informações, uma portuguesa residente em Lyon fez a tradução e explicou que teríamos de apanhar um táxi até à estação seguinte e aí entrar no comboio. Dividi o táxi com duas guineenses, que apesar de já trabalharem há algum tempo em França, não falavam francês. Será difícil descrever o “diálogo” que durante meia hora houve entre um francês a tentar entender inglês, dois portugueses a tentar falar francês, sempre com um ruído de fundo em crioulo.
O plano da manhã seguinte era visitar os mercados. Entrei bem cedo no elétrico para o Les Halles de Lyon, de modo a apanhar os produtos mais frescos. Segui para o mercado alimentar no Quai Saint-Antoine, sempre com o rio Saône por perto.
Lyon é uma cidade que se percorre bem a pé. Para além da arquitetura e do constante chamamento do rio, houve quatro praças que não quis deixar de visitar. A Praça Bellecour, a quarta maior de França, é incontornável. A melhor forma de a admirar é no centro, junto à estátua de Luis XIV. Como local privilegiado, está rodeada pelas típicas casas, cujos rés do chão são geralmente ocupados por espaços comerciais.
A Praça dos Jacobinos, numa zona nobre da cidade, onde estão as lojas mais luxuosas, recordou-me a fonte de Trevi, em Milão, pela cor da pedra e o tom verde da água.
A Praça dos Celestinos, em frente ao teatro, é das mais pequenas mas talvez a melhor cuidada. Parte do chão é em madeira, rodeada de buxo muito verde e restaurantes onde apetece entrar.
Na Praça da República, as fachadas cuidadas, as varandas trabalhadas e o espelho de água em frente ao carrossel é algo a não perder.
A Rua da República é um dos principais espaços comerciais, com um constante circular de pessoas. Encontrei dois edifícios que se destacam dos outros: o Cinema Pathé, no nº 79, tem no topo a estátua dourada do galo e a fachada da Fnac também merece um olhar mais atento.
Entrei na Voisin para provar mais uns doces típicos de Lyon. A história do coussin remonta aos meados do século XVII quando a cidade foi atingida por uma epidemia e os seus habitantes fizeram uma promessa de colocarem uma oferenda sobre a almofada na Basílica de Notre-Dame de Fourviére. Quer as queneles quer o coussin dominam a loja dentro das suas bonitas caixas mas podem também ser vendidos a peso. Achei o recheio muito semelhante, divergindo apenas a cobertura: um de chocolate branco e outro com sabor a menta.
O resto do dia foi passado em lojas de produtos para a casa, que numa cidade onde a gastronomia é rainha, tem sempre valor acrescentado. Com uma apresentação impecável e um constante acompanhamento, foi impossível vir de mãos a abanar.
Ao jantar, tive de me ficar pela Rua Mercière. A ideia original era uma experiência no Café des Federations mas as marcações já estavam há muito esgotadas. Apesar de ter lido sobre a necessidade de reserva antecipada, nunca imaginei que fosse tão difícil encontrar vaga num restaurante.
Na manhã seguinte saí do elétrico na Praça da Bolsa, onde admirei uma vez mais a beleza da fachada. Prossegui até à Ópera e como o céu estava limpo, o sol incidia sobre a Câmara Municipal e a Fonte Bartholdi.
O Museu de Belas Artes foi uma surpresa. Não o esperava tão grande e com uma coleção tão diversificada. Comecei pela escultura, passei para as civilizações da antiguidade e terminei na pintura. Aqui estão expostas muitas das obras de grandes pintores mas também de artistas locais, como Louis Janmot, Hippolyte Flandrin ou Pierre Révoil. Como estou sempre atenta aos pormenores, descobri um pequeno apontamento de Portugal. Um quadro de Pierre-Charles Comte que retrata a coroação de Inês de Castro.
Enquanto me dirigia para a beira rio, fui descobrir algumas das fachadas de Lyon, como La fresque des Lyonnais que homenageia figuras locais que ficaram conhecidas em diversas áreas.
Atravessei o Saône numa das suas várias pontes e parti à descoberta do bairro da velha Lyon. Percorri as ruas estreitas, descobri passagens “secretas” e subi a colina de Fourvière para visitar a Basílica de Notre-Dame e os vestígios da antiga cidade romana de Lugdunum. A vista a partir do miradouro foi a última imagem que guardei.
Nunca estive em Lyon mas tenho imensa curiosidade, boas fotos
ResponderEliminarMagnificas estas fotos de Lyon, e eu aqui tao perto...
ResponderEliminarMuito obrigada. Espero que o motive a visitar Lyon.
ResponderEliminarQue delicia de lugar! Ainda não tive a oportunidade de conhecer mas já estou de olho nas passagens aéreas para comprar, é um destino que quero visitar muito em breve!
ResponderEliminarTenho curiosidade em conhecer Lyon já há algum tempo, experimentar sobretudo a sua culinária ! Boas viagens !
ResponderEliminarOlá Manuel: deixo uma dica. Os restaurantes são muito concorridos, especialmente os mais conhecidos, por isso aconselho reserva antecipada. Eu não o fiz e não consegui mesa.
EliminarGostei de Lyon, nunca estive lá mas parece memso uma cidade gostosa pra se andar. Uma amiga morou aí, gstava também. Lindas fotos!
ResponderEliminarQue demais. Estive em Lyon, mas somente 1 dia. Seu post me deu vontade de voltar. Abraços
ResponderEliminarMuito legal! Vou no ano que vem a França e ainda to fechando o roteiro. Mas acho que Lyon estará presente! Dicas anotadas! Abs,
ResponderEliminarRenata
Que lugar lindo! Tenho um certo carinho por Lyon porque quando estudei francês fiz um exercício sobre o lugar. De lá pra cá, sempre tive vontade de conhecer. Ótimo post!
ResponderEliminarLyon é uma cidade que já me foge há bastante tempo e ao ler este artigo, vejo que estou a perder a oportunidade de uma viagem que ficará na memória. Obrigado por me lembrar ;)
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