Na encosta e debruçado sobre o mar, o Banyan Tree Krabi é um autêntico santuário onde impera a calma, o silêncio e a contemplação.
Há três anos tive uma viagem marcada para a Tailândia. Seria em fevereiro, para celebrar a minha entrada nos "entas", com direito ainda a uns dias no Dubai. Devido à Covid 19, essa viagem ficou adiada... até agora.
O plano inicial foi adaptado: agora com o meu filho na escola, teriam de ser menos dias. Mas não abdiquei de algo fundamental: um hotel maravilhoso na praia: o Banyan Tree Krabi.
O hotel disponibiliza (mediante pagamento), de e para o aeroporto, de uma luxuosa carrinha de 5 lugares, com todo o conforto: estofos em pele, água fresca, toalhas para higienizar as mãos, wi fi e ar condicionado. Após uma confortável viagem de cerca de 40 minutos cheguei a um dos hotéis mais bonitos em que já estive.
Não faltaram vários sorrisos à chegada e o check-in foi bastante rápido. Quase que nem se dá pela passagem do tempo, entre uma bebida fresca, um aperitivo de chocolate e a primeira de muitas vistas deslumbrantes. Poderá haver quem se desiluda com o lobby, que é pequeno e pouco opulento mas eu lembrei-me logo da célebre frase da raposa para o Principezinho: "O essencial é invisível aos olhos". E eu ainda só estava a começar a perceber o quanto iria ser assim.
Como cada pessoa tem uma receção personalizada, todos os hóspedes são transportados para o seu quarto de buggy e é feita uma explicação de como tudo funciona: lâmpadas, tomadas, comando da televisão, troca de toalhas, amenidades disponíveis, horários dos restaurantes.
Ficamos numa villa com piscina e jardim, mesmo em frente à praia. Logo à entrada, tínhamos o roupeiro e dispensa e do lado oposto a casa de banho. Quer o chuveiro duplo, quer a sanita tinham vista para um pequeno jardim interior, com vidro no lugar de parede. Havia ainda uma banheira, que nunca usamos mas onde caberíamos os três. De seguida entramos no quarto propriamente, envidraçado lateralmente com vista para a piscina, já que a villa é rodeada de água (exceto a porta de entrada). Antes de sairmos para o exterior fica a sala de estar, com um plasma enorme, sofá e daybed. A primeira coisa que experimentei foi o jacuzzi.
As férias têm a enorme vantagem de conseguirem alterar a perceção do tempo como habitualmente o conheço. Apenas me preocupo se tenho de estar em alguma hora em algum lugar, dado que fora isso, todos os dias são segunda-feira, ou terça-feira ou domingo. Não interessa. Por isso fiquei surpreendida quando, ao chegar ao quarto, encontrei um prato de doces com uns desenhos de coelhos e pensei: "Pois é, hoje é Páscoa."
No quarto havia sempre à disposição água (gratuita) e no final de almoço vinham entregar uns docinhos para o lanche. À noite, com a abertura de cama, também deixavam no quarto um pequeno presente.
O pequeno-almoço é servido diariamente no Naga Kitchen a partir das 6h00 e quando chegávamos, pouco depois dessa hora, não éramos os primeiros. À estrada sentimos logo o cheiro das panquecas feitas no momento mas as opções de escolha são imensas: comida asiática, sumos naturais, sushi, charcutaria, pães e bolos, frutas naturais simplesmente maravilhosas e água de coco. Mas o que nunca faltava na mesa era um delicioso pudim de pão acompanhado por sumo de goiaba.
No Banyan Tree Krabi existe uma constante atenção ao bem estar dos hóspedes, sendo o seu conforto uma das prioridades. Além da preferência para que haja sempre um transporte disponível, na praia ou na piscina existem dezenas de almofadas para que o descanso seja o melhor.
Todos os dias, as temperaturas rondaram os 40ºC, com uma humidade elevada, por isso, às 7h00 já estávamos na praia. A esta hora, apenas tínhamos a companhia dos caranguejos que saíam dos seus buracos na areia e percorriam dezenas de metros sem que os conseguíssemos acompanhar com o olhar. Deixávamos as nossas coisas numa espreguiçadeira e percorríamos a praia, banhando ocasionalmente os pés na água quente. Ocasionalmente, chegam os longtail boats à praia em frente ao hotel, buscar algum hóspede para visitar as ilhas. Quando regressamos, já nos limparam a espreguiçadeira de alguma areia, trouxeram toalhas lavadas e copos com gelo e água.
Ainda que hajam restaurantes a uma curta distância, fizemos todas as nossas refeições no hotel: o pequeno almoço no Naga Kitchen, o almoço no Kredkaew Bar, com vista maravilhosa para o mar de Andamão e o jantar no Saffron. Ficou apenas a faltar os Ninhos, cuja vista e localização são fabulosos, mas que ficarão para uma próxima estada. Em todos existem opções para crianças.
Todos os nossos jantares foram maravilhosos no Saffron, o restaurante de comida tailandesa. Começa logo pela localização, num ponto alto do hotel, acessível por elevador, com vista geral. Experimentamos vários pratos mas sem dúvida que o que repetimos foi o Moo Hong, um prato típico do sul da Tailândia, uma barriga de porco extremamente gulosa, com molho de soja e ananás para equilibrar a gordura. A acompanhar são servidos vários tipos de arroz.
Durante a nossa estada na Tailândia provamos vários doces e nenhum nos impressionou. O mesmo aconteceu aqui, quer com mango sticky rice, quer com o tub tim krob.
Tivemos a sorte de, durante a nossa estada, se celebrar o Sangokran, o ano novo na Tailândia. Após o pequeno almoços seguimos para o relvado junto da praia onde assistimos, funcionários e hóspedes, às oferendas aos monges. Às mulheres foi indicado que não deveriam ter qualquer contacto físico com os monges. Foi um momento de enorme emoção.
Passamos cinco dias maravilhosos no hotel, todos eles mais ou menos iguais: acordar bem cedo, pequeno almoço em família, caminhada pela praia, banhos nas águas quentes do mar Andamão, passeio de caiaque, leituras na piscina, almoço na esplanada, tarde no jacuzzi e piscina da villa, regresso à praia para ver o pôr do sol, andar de baloiço, mais mergulhos e corridas na piscina até ficar lusco-fusco. Quando anoitecia, a nossa villa parecia uma verdadeira casa.
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