Igreja da Memória


Também conhecida por Igreja de Nossa Senhora do Livramento e de S. José, a Igreja da Memória foi mandada construir por D. José I como agradecimento por ter escapado ao atentado sofrido em 1758.


Igreja da Memória; Igreja de Nossa Senhora do Livramento e de S. José

Para falarmos da Igreja da Memória temos de recuar até 3 de Setembro de 1758, quando o rei D. José I saiu do Palácio dos Condes da Calheta, após uma noite com a sua amante, Teresa de Távora, e sofreu um atentado. O facto de ir na carruagem de Pedro Teixeira deixa dúvidas que a intenção fosse um regicídio, mas foi a desculpa perfeita para se iniciar o processo contra os Távoras e a expulsão dos jesuítas de Portugal.


Por se ter salvo, o rei promete erguer uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Livramento e a primeira pedra é colocada a 3 de Setembro de 1760, ficando a cargo do arquiteto italiano Giovanni Carlo Bibienna. Com a sua morte, são abandonadas algumas ideias do projeto original, como as três colunas com três santos que ficariam na fachada principal. Mateus Vicente de Oliveira assume os trabalhos e é o responsável pelo piso superior, introduzindo as varandas em madeira de cerejeira e pau Brasil.

Igreja da Memória; Igreja de Nossa Senhora do Livramento e de S. José

O chão de mármore cor-de-rosa é proveniente de Vila Viçosa, os altares são do século XVIII e os castiçais e o sacrário são em ouro. O painel no altar-mor é da autoria de Pedro Alexandrino e representa o rei a agradecer a Nossa Senhora do Livramento, entregando-lhe o seu ceptro. Se olharmos com atenção, podemos descobrir alguns símbolos maçons: excelente iluminação natural; o lado direito é diferente do esquerdo; as 19 rosetas nos arcos torais e o Olho de Deus.

Igreja da Memória; Igreja de Nossa Senhora do Livramento e de S. José; Painel de Pedro Alexandrino

Em 1923 foram para aqui transladados os restos mortais do Marquês de Pombal. A urna assenta em quatro pés de leão, simbolizando a força e poder de que outrora foi senhor.

Restos Mortais do Marquês de Pombal; Igreja da Memória; Igreja de Nossa Senhora do Livramento e de S. José

Até 1974, só se batizavam e casavam militares nesta igreja e era também o local para onde eram trazidos os militares falecidos na guerra colonial, antes de serem entregues às suas famílias. Hoje é a sede da Ordinariato Castrense de Portugal / Diocese das Forças Armadas.

A Igreja da Memória tem uma relação muito próxima com a comunidade, tendo esta apoiado as obras necessárias ao longo dos tempos, especialmente após a queda do raio em 1985, que provocou alguns danos.

E aqui perto, também não faltam atrações para visitar: o Palácio Nacional da Ajuda, o Palácio dos Condes da Calheta, o Jardim Botânico da Ajuda ou o Jardim Botânico Tropical.

Igreja da Memória
Largo da Memória
1300-399 Lisboa

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