As galerias subterrâneas do Château Villemaurine

Já serviram de abrigo durante a Revolução Francesa e até para cultivo de cogumelos. Em Saint-Émilion, as galerias subterrâneas do Château Villemaurine são hoje uma atração turística.

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Na região vínica mais famosa do mundo, Saint-Émilion é um destino imperdível para os amantes do vinho e quem goste de conhecer pequenos lugares cheios de encanto. São muitos os châteaux que abrem as portas e dão a conhecer os seus vinhos mas há um que se destaca por um aspeto diferenciador. Dos 200 quilómetros de galerias subterrâneas que existem nesta aldeia medieval para extração do calcário, o Château Villemaurine tem o privilégio de estar sobre algum deste património.

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Inicio a visita na loja, onde nos apresentamos. Somos um grupo de seis: portugueses, ingleses e alemães. O château produz dois tipos de vinho: um de primeira linha – o Grand Cru Classé – e outro de segunda - Les Angelots de Villemaurine. Tal como ouvi nos châteaux de Bordéus, fala-se com enorme orgulho. “Fazemos vinhos complexos e únicos”. Resultam de um trabalho manual por pessoal especializado. Numa primeira fase cortam-se as uvas que não amadureceram devidamente e só depois se vindima. As uvas são colocadas nas cubas de inox, onde o próprio peso faz a “pisa”. Terminam o estágio em barricas de carvalho. Como se está em França, só trabalham com tanoarias nacionais. As barricas apenas são usadas durante dois anos. Após esse tempo, são vendidas a destilarias de cognac.

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À entrada das galerias subterrâneas são distribuídas mantas que os homens optam por declinar. A guia pergunta se têm mesmo a certeza. Eu não recuso e lá seguimos por corredores escuros de lanterna na mão. A temperatura desce rapidamente até aos 10ºC. Extraíram-se daqui blocos de calcário usados para as construções de Saint-Émilion e Bordéus. Agora guardam-se algumas garrafas por rotular e barricas, onde é visível o nível de humidade existente. É também possível ver as manchas pretas das tochas e candeeiros usados pelos mineiros. À superfície ficam as aberturas que permitiam a ventilação e içamento dos blocos de pedra puxados por cavalos. Ao longo dos séculos tiveram várias funções, desde cultivo de cogumelos a abrigo durante a Revolução Francesa. Hoje  estas galerias são sobretudo uma atração turística. Todas estas memórias são recordadas num pequeno vídeo no final da visita.

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Regresso à superfície e à loja de vinhos para a prova. Inicio pelo Les Angelots de Villemaurine 2007. Apresenta notas de frutos vermelhos, ideal para acompanhar aperitivos, salgados e queijos. O Château Villemaurine 2010, um Saint-Emilion Grand Cru Classé, é um vinho mais complexo. Feito a partir de Merlot e Cabernet Franc, é bastante elegante e passível de guardar. Indicado para pratos de carne ou queijos pouco fortes. 

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Olhando para o planalto de vinhedos, poucos saberão da existência destas galerias subterrâneas. O solo de Saint-Émilion tem muito para descobrir.

Château Villemaurine
23 Villemaurine-Sud
33330 Saint-Émilion

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