Roma: Museus do Vaticano e Basílica de São Pedro


Classificado como Património da Humanidade pela Unesco, o Estado do Vaticano atrai milhares de visitantes, não só por ser um dos locais sagrados para os cristãos, mas também devido às obras primas dos seus museus.


Pátio La Piña


Os Museus do Vaticano e a Basílica de São Pedro são duas atrações absolutamente incontornáveis para quem visita Roma. Assim que saímos na estação de metro Ottaviano, aparecem dezenas de pessoas que nos acompanham durante vários metros, numa tentativa de vender os seus serviços como guia para os museus. Os bilhetes devem ser adquiridos previamente no site oficial sob pena de se perder horas em filas de espera, que contornam os altos muros do século XVII. Passando todas as medidas de segurança, entramos e aí há que ter um plano definido para se saber qual a direção a tomar. A Pinacoteca, as esculturas do Museu Pio-Clementino, as coleções egípcias, etruscas e gregas ou a Galeria dos Tapetes merecem uma visita.


Museus do Vaticano


Os jardins também são de passagem obrigatória, em especial se o dia for de sol. No pátio La Piña está a conhecida escultura de Arnaldo Pomodoro, “A esfera dentro da esfera”. Mas a verdadeira sumptuosidade está nos Antigos Apartamentos Papais e a partir do momento em que entramos na Galeria dos Mapas, é um verdadeiro mar de gente. Não há pedaço de teto que não esteja pintado, cuja iluminação amplia ainda mais a sua beleza.


Museus do Vaticano


Na Sala da Assinatura, antiga biblioteca privada de Júlio II, há dois frescos a destacar: a "Disputa do Sagrado Sacramento" e a "Escola de Atenas", dedicada à Filosofia, com Platão e Aristóteles como figuras centrais.


Sala da Assinatura-Escola de Atenas


Sala da Assinatura-Disputa do Sagrado Sacramento


Rafael mudou o seu modo de pintar após o momento em que contemplou a Capela Sistina. Já Goethe considera que até a termos visitado, não podemos conceber de forma adequada o que o Homem é capaz de realizar. Está sob forte vigilância e aqui quase tudo é proibido: comer, beber, filmar, fotografar e até falar. Mas duas coisas são constantes: o “Ahhhh” de quem visita e o “Shhhhh” de quem vigia. Estas restrições são levadas a sério: basta um pequeno deslize para se ser expulso. Cenas bíblicas, do Antigo e Novo Testamento, decoram paredes e teto. O fresco do topo retrata o Juízo Final, pintado quando Miguel Ângelo já tinha 61 anos. É um olhar que nunca é demais, simplesmente não cansa. Apesar de estarmos rodeados por uma multidão, é como se o tempo parasse e o espaço estivesse vazio: somos nós e a beleza em estado puro. Este é daqueles momentos privilegiados na vida que jamais vamos querer esquecer.


Capela Sistina-Juízo Final


A Praça de São Pedro é imensa e a fachada da basílica é uma imagem magnífica. Para entrar é preciso ter os ombros e pernas cobertos, por isso nada de calções ou camisolas de alças. Começamos pela cripta, onde estão sepultados alguns papas. O sumptuoso túmulo de S. Pedro contrasta com o de João Paulo II, que apenas é composto por uma pedra em mármore branco, onde não se pode parar nem fotografar e está sempre vigiado.


Basílica de São Pedro; Vaticano
Praça de são Pedro


Subimos a escadaria, atrás de uma longa fila e entramos. O primeiro impacto é da nossa pequenez perante a grandeza da basílica. Está dividida ao meio e apesar do avultado número de pessoas, circula-se à vontade. A Pietà de Miguel Ângelo está logo do lado direito e merece uma longa pausa para uma admiração cuidada. Esta obra-prima renascentista lembra-nos que se pode ser grande na humildade. As várias estátuas dos papas mudam ao longo da visita: os primeiros têm uma postura altiva e os restantes prostam-se perante Deus.

Uma das obras centrais da basílica é o baldaquino com cerca de 30 metros de altura, da autoria de Bernini, colocado sobre o túmulo de S. Pedro. A 136 metros acima, fica a maior cúpula de todos os templos cristãos.


Cúpula da Basílica de São Pedro; Vaticano


Apesar de estarmos num local de devoção cristã, ele é maioritariamente turístico, por isso há um pequeno altar dedicado à oração, mas que nem sempre é respeitado enquanto tal. Aqui é o único sitio onde é possível sentar e as pessoas acabam por esquecer onde estão e aproveitam para rever os seus planos de visita, falar ao telemóvel e até comer.


Descemos pelo lado esquerdo da Basílica, vigiado pela Guarda Suíça, com os seus coloridos uniformes.


Praça de São Pedro; Vaticano
Praça de São Pedro; Vaticano

Visitar os Museus do Vaticano e a Basílica de São Pedro num único dia é possível mas muito ficará para ver. As filas para entrar chegam a ter quilómetros de distância, os corredores nos museus parecem verdadeiros formigueiros humanos, o corpo acusa o cansaço e o espaço não oferece lugares para descansar mas as recompensas para o espírito e para a alma são incomparáveis.


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