Construído na 2ª metade do século XVII, na então Vila Nova de Andrade, o Palácio dos Marqueses de Minas alberga algum do património histórico e artístico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Quem passa entre o nº 199-211 da Rua da Rosa, em pleno Bairro Alto, não olhará para este edifício. Apesar da cor ocre, a fachada é sóbria e discreta. Construído de acordo com as rígidas regras decretadas por D. Manuel I, a verdade é que sofreu alterações ao longo dos séculos, com aumentos e descaracterizações.
Foi residência dos Marqueses de Minas, Recolhimento de Órfãs de Militares, Pensionato da Rua da Rosa, 1º Centro Social e atualmente é um lar da SCML. No entanto, no seu interior, existem painéis de azulejos de grande valor, recuperados entre 1993-1997.
Passando o portal do século XVII, entramos numa pequena sala, que dá acesso à escadaria, com representações de nobres, acompanhadas pelos seus animais.
No piso superior entramos na sala das batalhas, que deve o seu nome aos painéis de azulejos com cenas de guerra: campos de batalha, ataques a povoados, acampamentos militares e armas de guerra.
O salão nobre tem um ar mais feminino, com painéis mais bucólicos, grandes fontes e parterres de buxo. Os dois painéis ovais foram retirados do pátio e podem ou não ser os retratos dos Marqueses de Minas.
A capela é usada ocasionalmente e tem um Missal de Pio V do século XVIII. Há vários painéis com cenas relativas à Virgem Maria, da autoria de Bartolomeu Antunes: a Anunciação e a Adoração dos Reis Magos. De salientar os elementos marianos, inspirados no Cântico dos Cânticos: meia lua, palmeira, o poço, o lírio da consolação, o cipreste, o aquário, a rosa e a estrela do mar.
A antiga cozinha está toda forrada a azulejos de figura avulsa de animais e plantas, simples e fáceis de aplicar. Ainda conserva uma pia de pedra.
A partir daqui, entramos no lado ocupado por Leitão de Andrade. Toda a escadaria que nos conduz ao exterior está decorada com painéis de cenas de caça.
Acabamos por sair no nº 209, numa porta que tanto dava serventia a pessoas, como a animais. De frente para a fachada, apercebemo-nos das mudanças ao longo dos tempos. Quando o palácio foi construído, no século XVII, apenas teria o rés-do-chão, 1º andar e águas furtadas. Hoje é mais alto, fruto das várias obras a que esteve sujeito nos séculos XIX e XX.
Palácio dos Marqueses de Minas
Rua da Rosa, 199-211
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